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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

SOB DESCONFIANÇA, PROJETO COPA CAMINHA DEVAGAR

Rumores de privatização de aeroportos e investimento público em obras privadas dão tom a Copa de 2014.

por: Caroline Brito e Eduardo Camargo


Enfim a Copa do Mundo volta a ser sediada pelo país do futebol, porém em circunstâncias opostas as de 1950. Passado o êxtase da vitória brasileira, Copa foi rotulada como manobra de superfaturamento, sendo comparada ao Pan de 2007. Palavras carregadas de acidez e desconfiança colocaram em cheque a capacidade do Brasil em sediar tamanho evento.


É inconcebível realizar um grandioso evento sem preparar uma ótima infraestrutura, algo que exige investimentos altos em políticas públicas. Números mostram que a última copa, disputada em terreno sul-africano, exigiu a utilização de grande capital, e refletiram diretamente no comportamento econômico do país, o que certamente ocorrerá no Brasil. Para o economista Helder Carvalho Filho, 22, o sucesso econômico da Copa dependerá de como tudo será gerido.


“Serão feitos investimentos na área de infraestrutura para suportar o volume de turistas, acarretando na geração de muitos empregos – estima-se mais de 700 mil novas vagas. Entretanto há de se refletir se estes investimentos não poderiam ser planejados mesmo que não houvesse a Copa e o controle de gastos, uma vez que dado o histórico do país em eventos como este, como é o caso dos Jogos Panamericanos, não haja superfaturamento em obras. É possível que seja rentável uma vez que os gastos sejam geridos racionalmente”, disse o economista.


De encontro com o tema gestão, surgem notícias de que haveria investimentos públicos em obras privadas, como é o caso do Itaquerão, que teve as garantias dadas por Corinthians e sua parceira na construção, reprovadas pelo BNDES. Porém, como afirma Helder, há alguns problemas nessa manobra.


“Penso que o governo, através do BNDES deve estimular o desenvolvimento. Como o próprio nome diz o desenvolvimento econômico e social do país. No entanto vemos repetidamente o banco financiando interesse privados, o que não apoio. Neste caso o estádio do Morumbi seria capaz de receber a abertura da Copa ao invés de um novo estádio, sendo devidamente reformado, o que seria de responsabilidade do próprio SPFC. No entanto os interesses privados se sobrepõem e acaba-se vendo uma obra ser levantada do zero com incentivos fiscais que, num país como o nosso, com tanta desigualdade e miséria é como jogar dinheiro fora”, disse o economista.


Segundo o também economista, Oswaldo Cruz, 53, as privatizações merecem atenção especial, já que a ideia inicial do governo brasileiro é privatizar aeroportos, portanto devem passar por uma análise detalhada dos prós e contras da implantação.


“O Sucesso ou fracasso da implementação desses projetos de privatizações passa por alguns pontos relevantes, sendo que o mais importante é o modelo a ser adotado, devendo se levar em conta uma série de cuidados que devem ser tomados na elaboração dos editais de privatização dos aeroportos em uma lista mínima com 15 itens que contemplam o tempo mínimo de concessão, indicadores de desempenho e qualidade, obrigatoriedades diversas e mecanismos de fiscalização. Podemos verificar que as expectativas são otimistas ao afirmar que a vasta experiência acumulada pelo Brasil em processos de privatização já deveria ser garantia suficiente para a elaboração de editais bem sucedidos”, concluiu o entrevistado.

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